quinta-feira, 28 de julho de 2011

Resumo da ópera: seleção de empresários

Muito se falou sobre o jogo contra as piabas, mas cabe ainda pontuar alguns aspectos pouco explorados:

1) Enquanto Diego Maurício, jogador negro do Flamengo realizava o aquecimento, uma parte da torcida do Santos hostilizava-o com insultos racistas. O maior jogador da história, que atuou no Santos, não teria melhor tratamento? Não que Diego se equipare em genialidade a Pelé, mas, como qualquer ser humano, deve ser respeitado. Fora racistas!

2) Segmentos da imprensa de SP - e torcedores entorpecidos - preferiram concentrar os comentários nas falhas da zaga do time piaba, e menos no mérito do time da Gávea. Por que não falar também das falhas dos zagueiros Rubro-Negros? E da falha de Renato na saída de bola que originou um dos gols do adversário? Luxemburgo foi perspicaz ao preservar o péssimo Wellington, retirando-o do time no intervalo do jogo. Quantos gols o Flamengo deixou de fazer no jogo? Se não fosse por displicência dos atacantes Rubro-Negros, o placar seria maior, a contar pelas várias chances de gol perdidas. Fica uma ponta de crédito a Deivid, pela boa partida, apesar de desperdiçar uma oportunidade incrível. Fora Wellington! Fora Fernando! (mesmo não estando no banco de reservas, jamais será esquecido pelo que fez contra o bando do b.a.e.a).

3) Alguns não acreditam no mérito de Luxemburgo. Veem-no como decadente. O que dizer do desempenho dele no ano: apenas uma única derrota desde o início do ano, a melhor sequência de um time na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro? Os queridinhos Mano Menezes e Muricy são melhores que Luxa?  Rendo-me a Dunga: ele estava certo; e eu, errado. Treinador da seleção tem que "comer bola" e não ser boleiro: deve ser um assistente de lobbista! Seleção de empresários! Fora Mano Menezes! Sem sequer ter entrado, fora Muricy Ramalho!

4) O apito “inimigo” deixou de marcar um pênalti claro a favor do Rubro-Negro, assinalou uma penalidade máxima duvidosa a favor do adversário, como avalia a própria crônica paulista, e ainda viu impedimento inexistente de um jogador rubro-negro, que resultaria em mais um gol. O pavão continua a  passar impune: quantas faltas cometeu antes de ser advertido com cartão amarelo? E a arbitragem, hein!? (como diria o saudoso Zózimo Barroso). Fora Sérgio Corrêa!

Foto: Wagner Meir, Agência Lance

5)  Aos que estão em estado de letargia: 2014 já foi vencida pelos gringos, dentro e fora do campo! Pelé entra em cena para diminuir o efeito negativo proporcionado pelo presidente da CBF. Pena que o STJD não tenha poder de atuar em assuntos dessa esfera.... Tem se ocupado, felinamente, em defender a ética e a moralidade. No entanto, não mais tem haver com a polêmica do título de 1987. Bom, em matéria de desviar o foco de discussões meritosas, há uma grande cadeia de hábeis ilusionistas no Brasil, sem perdão do trocadilho. Fora Orlando Gomes! Fora Virgílio Elísio! Fora quem mais estiver no (des)comando do "pão e circo"! 

6) E para completar sete comentários, algumas das frases que circulam na rede sobre a pescaria de ontem. Viva o futebol arte!

  • Ficou provado que Elano não tem condições psicológicas de bater pênaltis contra seleções: SeleFla 5 x 4 Piabas Galináceas
  • Neymar já entrou em campo com a crista arriada, pois sabia ia cantar de galo.


Para a história, segue abaixo as matérias relacionadas ao grande jogo:

http://br.esportes.yahoo.com/noticias/virada-hist%C3%B3rica-fla-vence-santos-vila-025104213.html
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2011/noticias/0,,OI5265157-EI17896,00-Santos+x+Flamengo.html
http://globoesporte.globo.com/jogo/brasileirao2011/27-07-2011/santos-flamengo.html
http://www.lancenet.com.br/brasileirao/virada-historica-Flamengo-Santos-Vila_0_524947662.html
http://www.ricaperrone.com.br/2011/07/o-show-da-vila/
http://colunistas.ig.com.br/albertohelenajr/2011/07/28/ha-quanto-tempo-meu-deus/


http://blogs.lancenet.com.br/benja/2011/07/28/s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l-vitoria-epica-do-mengao/
http://blogs.lancenet.com.br/cariocas/2011/07/27/vitoria-de-campeao-e-para-entrar-para-a-historia/

http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2011/noticias/0,,OI5266736-EI17896,00-Apos+vitoria+historica+Fla+e+recebido+com+festa+pelos+torcedores.html
http://br.esportes.yahoo.com/blogs/teo-jose/um-jogo-hist%C3%B3rico-174759285.html
http://br.esportes.yahoo.com/noticias/vit%C3%B3ria-do-futebol.html

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Messi

A história de Messi:

Para os adeptos do Barça, a oitava maravilha é Messi.
Eis uma história, uma lição de vida, que encanta Camp Nou.
É uma desforra bem pessoal, a história do menino autista aos 8 anos, anão aos 13, que via o mundo a 1,10 metros do solo.
É esse mesmo, Lionel Messi, que botou corpo à base de tratamentos hormonais e que, 59 centímetros depois, encanta o mundo do futebol, naquele jeito singularíssimo de conduzir a bola colada ao genial pé esquerdo, como se o couro redondo fosse um mano siamês, uma mera extensão corporal, um órgão vital, inseparável.
Barcelona rende-se ao talento de "La Pulga" e os adversários caem aos pés de um talento puro e raro.
E por muito talento que tivesse para jogar à bola, estaria o rapaz consciente do destino glorioso que lhe estava reservado?
O miúdo de 16 anos que vestiu pela primeira vez a camisola da equipe principal do Barcelona num jogo com o F. C. Porto, a 16 de Novembro de 2003, na inauguração do Estádio do Dragão, o Lionel Messi que agora caminha sobre a água, é ainda o mesmo menino que sobrevoou o Atlântico, em 2000, para se curar de uma patologia hormonal.
Lá na Argentina, na Rosário natal, os prognósticos médicos eram arrasadores: sem tratamento eficaz contra o nanismo, Lionel chegaria à idade adulta com 1,50 metros, no máximo.
Os diagnósticos alarmaram os Messi.
E o custo dos curativos também: mil euros mensais, ou seja, quatro meses de rendimentos da família de La Heras, um bairro pobre de Rosário.
Mas o pai de Lionel não se resignou.
Sabia que o filho, pequeno no corpo, era gigante no talento.
E não aceitou a fatalidade.
Nessa altura, o prodígio de dez anos despontava no Newells Boys, fintando meninos com o dobro do tamanho e marcando gols atrás de gols.
O pai sugeriu ao clube que pagasse os tratamentos de Lionel.
A resposta foi negativa.
E o mesmo sucedeu quando os Messi foram bater à porta do grande River Plate.
Na adversidade, a família Messi teve mais força, com a ajuda de uma tia de Lionel, emigrada na Catalunha.
E foi assim, em 2000, ainda antes de completar 13 anos, que Lionel e os pais viajaram até Lérida.
Dias depois, o pequeno prodígio foi fazer testes no Barcelona...
E com a bola quase a dar-lhe pelos joelhos, aquela habilidade enorme logo maravilhou os treinadores do Barça.
Carles Rexach, director do centro de formação do Barcelona, ficou maravilhado com o prodigiozinho argentino.
Ao cabo de dois treinos, não hesitou e logo tratou de arranjar contrato.
E ficou espantado com a proposta do pai do craque: o Barça só tinha de lhe pagar os tratamentos que os médicos argentinos sugeriam.
Foi dito e feito.
Durante 42 meses, Lionel levou, todos os dias, injecções de somatropina, hormônio de crescimento inscrito na tabela de produtos proibidos pela Agência Mundial Antidopagem, e só autorizada para fins terapêuticos.
Em 2003, o milagroso hormônio fizera de Lionel o que ele é hoje, um rapagão de... 1,69 metros!
No Verão de 2004, acabadinho de fazer 17 anos, e já com contrato profissional, entrou para a equipe B do Barça.
Mas fez só cinco jogos, porque aquele enorme talento não cabia no "Miniestadi".
Reclamava palcos maiores.
E rapidamente começou a jogar no Camp Nou, na equipe principal.
Em 16 de Outubro de 2004, o prodígio fez a grande estreia na liga espanhola, num dérbi com o Espanhol.
Em 1º de Maio de 2005 entrou para a história do Barça: marcou ao Albacete e tornou-se no mais jovem jogador a marcar um gol pelo Barcelona.
Aos 17 anos, dez meses e sete dias, começou a lenda.
Cinco anos depois, Messi teve a consagração absoluta.
Foi eleito Melhor Jogador do Mundo de 2009, após uma época de sonho, concluída com um feito inédito do Barça "de las seis copas": campeão de Espanha, da Taça do Rei, da Supertaça Espanhola, da Supertaça Europeia, da Liga dos Campeões, do Mundial de Clubes. Ufff!
O craque que o Barça contratou pelo custo da terapia de crescimento é, hoje, a maior jóia do futebol mundial, segurada por uma cláusula de rescisão de... 250 milhões de euros!
E é, também, o mais bem pago de todos: o menino pobre do bairro de la Heras é, agora, multimilionário, recebendo qualquer coisa como 33 milhões de euros anuais em salários e publicidade.
Nem em contos...
Lionel Andrés Messi: 23 anos (24/06/1987)
Nacionalidade: Argentina (os argentinos têm vergonha de não terem tratado do rapaz).
Títulos: campeão Espanha (2005, 2006, 2009, 2010 e 2011), taça do rei (2009); Supertaça Espanha (2005, 2006, 2009 e 2010); liga dos campeões (2006, 2009); supertaça europeia (2009); mundial de clubes (2009).
"Grande lição do pai que não desistiu do sonho de curar o filho." Não se focalizou no problema, mas sim na solução.