segunda-feira, 1 de julho de 2013

A morte e a morte dos toureiros

Falar do esporte bretão sem mencionar as manifestações em todo o país seria imperdoável! A pauta é extensa, há muito a se refazer nacionalmente. A ação política urge e não pode esperar as eleições do próximo ano. Estão de parabéns todos os que se manifestaram de forma ordeira e serena contra os absurdos que se agravaram nos últimos anos.

O governo federal adotou a campanha publicitária a "pátria de chuteiras" durante a Copa das Confederações, para aumentar o ufanismo típico da política do pão e circo. Associado aos gastos faraônicos e a corrupção latente, manifestações iniciaram-se na maior cidade do país, tendo como foco inicial a tarifa do transporte público, mas ganharam adesão em todo o território nacional, com ampliada pauta de reivindicações.

Lamentavelmente, os serviços no Brasil, principalmente a saúde e a educação, não se assemelham ao desenvolvimento do escrete canarinho nos gramados da Competição, sob alta exigência de qualidade por parte da FIFA. O próprio presidente da entidade reconhece que há problemas com relação à infraestrutura e a forma como o dinheiro público foi utilizado no Brasil desde 2007.

Quiçá a "solidariedade" do dirigente da FIFA à presidente da república tenha encorajado ainda mais a sonora vaia no Maracanã que se ecoou país afora, tal qual no Pan-americano realizado no Rio, seis anos atrás. Naquela oportunidade, os mandatários achavam que se tratava de bravata de burgueses, que não chegaria a incomodar politicamente. No entanto, as pesquisas de intenção de opinião apontam uma tendência contrária... 

Que se mantenha em evidência a agenda de reivindicações e que se substanciem em mudanças efetivas! Difícil mesmo, quase impossível, é fazer que o futebol seja menor do que é, pois não se trata de uma questão local. É um negócio transnacional que não serve para "unir os povos", "promover a paz", entre outros nobres propósitos decantados pelas autoridades esportivas. O "circo Romano" profissionalizou-se e virou metástase. João Havelange, Ricardo Teixeira, Marin e o próprio Blatter que o digam! 

Viva o Brasileiro! (mas nada de "pra frente, Brasil"...). 

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A soberba dos toureiros impressiona. Achando-se legítimos representantes do "futebol-arte" não aceitaram a derrota em campo. Alegaram cansaço pelo jogo da semifinal, conspiração para aplacar os ânimos dos manifestantes nas ruas, mas não aceitaram a humilhação. O resultado de 3x0 foi pouco. Podia ter sido um placar até mais dilatado.

Longe de dizer que a "família Scolari" é favorita ao título do próximo mundial (ainda aposto na Argentina).

Os colonizadores estão em vantagem em relação aos Tupiniquins no sistema educacional e na saúde. Reconhece-se também a soberania dos padeiros em se rentabilizar o circo em tempos de escasso pão...