quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Gilmar

Essa é uma das histórias usualmente marginalizadas do noticiário esportivo, mas que vale a pena registrar:

LEMBRA DELE? Popoca, quase ídolo no Fla
Ex-jogador recorda da prata nas Olimpíadas de Los Angeles e se diz injustiçado no futebol


Habilidoso como Tita. Rebelde à la Afonsinho. Gilmar Popoca despontou como promessa de craque do Flamengo no início da década de 80. Não só foi campeão brasileiro em 83, como também, no mesmo ano, comandou as campanhas vitoriosas da seleção brasileira no Sul-Americano, no Pré-Olímpico e no Mundial Sub-20. No auge da carreira, aos 20 anos, vestiu a camisa 10 do Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Dividiu flashes com Dunga, Bebeto, Jorginho e Aldair. Foi considerado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) o melhor jogador da competição, além de ter sido o artilheiro do torneio, com 5 gols. - A minha geração ficou com a medalha de prata nas Olimpíadas de 84. Nós perdemos na final para a França, por 2 a 0. Foi duro levar dois gols no fim do jogo. Mas valeu pela experiência única de representar o país na maior competição do planeta depois da Copa do Mundo. Em relação ao Flamengo, o clube entrou na minha vida por acaso. Aos 14 anos, participei de um treino de dois toques com o elenco rubro-negro, no Vivaldão, em Manaus. Não tinha nem chuteira, embora treinasse no Rio Negro. Mas o técnico Cláudio Coutinho gostou de mim e me convidou para jogar no time dele - revela Gilmar Popoca, campeão estadual em todas categorias de base.

Com exceção da Taça São Paulo de Futebol Júnior, na qual ficou em 4º lugar, o meia-atacante ganhou todos os títulos possíveis no Flamengo e na seleção brasileira antes de se profissionalizar.



No entanto, concomitantemente à ascensão meteórica na carreira, vieram as confusões. Da mesma forma que partia para cima dos adversários, Gilmar Popoca passou a enfrentar os dirigentes rubro-negros. Não contava com o escudo, hoje indispensável, dos empresários. Em cada negociação de contrato, era aquele desgaste. Só recebia conselheiros do pai, tão passional e explosivo quanto o filho. Cada briga com os donos de seu passe era seguida de punição. Foi afastado e multado diversas vezes. Teve até a perna engessada sem que houvesse necessidade.
- Fui marginalizado no Flamengo. Em 83, os dirigentes rubro-negros quiseram me vender para o Sporting Braga (Portugal), mas não aceitei. Foi o começo de uma relação de amor e ódio. Passados quatro anos, tinha propostas de
Internacional, Corinthians e Palmeiras, mas acabei sendo negociado com a Ponte Preta. Em 1988, simplesmente abandonei o Flamengo. Comecei a treinar por minha conta no Botafogo. Nós éramos escravos. E eu não aceitava trabalhar naquelas condições. Nunca cheguei atrasado. Muito menos faltei a um treino no Flamengo. Gostava de treinar fundamentos. Nunca pedi para ser poupado. Só que me revoltei contra o sistema e . paguei caro por isso - pondera o jogador que na década de 80 foi apontado como o sucessor de ninguém menos que Zico.

Supervisor, masters do Fla e praieiro
Atualmente, Gilmar Popoca é supervisor do projeto “Show de Bola”, da Prefeitura do Rio de Janeiro. Este ano, foi auxiliar do técnico Ademir Fonseca, no América. Mas, com a queda do treinador, também pediu o boné. O amazonense integra o time masters do Flamengo, que excursiona Brasil afora disputando amistosos. Formou-se em Educação Física no ano passado e pretende ingressar na carreira de treinador de futebol. Nas horas vagas, é figurinha fácil na Posto Três da Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. - O time de veteranos do Fla é a minha terapia de vida. Pelo menos duas vezes por mês, divirto-me com aqueles craques do passado (Andrade, Adílio, Júnior, Júlio César Uri Geller, entre outros). O que me entristece é que o Flamengo era para ser um Milan, um Real Madrid em termos de infra-estrutura. E eu poderia ter feito muito mais pelo clube. Não tenho raiva da instituição, mas dos dirigentes que só pensavam neles - admite Gilmar, apelidado de Popoca pela irmã mais velha.


Extraído de http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/0,,MUL286776-4274,00.html. Acesso em 27/02/08, 12:00.

Fla tem a maior torcida do mundo, diz pesquisa

Rio - Segundo uma pesquisa divulgada pelo site da revista Mundo Estranho, da Editora Abril, o Flamengo tem a maior torcida do Mundo. O levantamento foi feito com informações de um importante centro de pesquisa de cada país. Foram envolvidos nesse levantamento países da América do Sul, América Central, Europa e Ásia. No Brasil, a pesquisa do Instituto Datafolha de 2007 foi a responsável pelos Dados.
As informações obtidas - quase todas de 2007 - também mostram o cálculo de quanto representa cada torcida dentro de seu país, de acordo com as projeções populacionais do US Census Bureau para 2008.
O Rubro-Negro garantiu o primeiro lugar, com 32,6 milhões de torcedores. Em segundo e terceiro lugares, dois times Mexicanos. O Chivas, de Guadalajara, com 30,8 milhões torcedores, e o América, da Cidade do México, com 26,4 milhões de simpatizantes.
O Corinthians, dono da segunda maior torcida brasileira, ficou com o quarto lugar, com seus 23 milhóes de torcedores, e o São Paulo, dono da terceira maior torcida do Brasil, ficou em sétimo lugar com 15,3 milhões de torcedores.
A pesquisa só levou em consideração os três primeiros clubes de maior torcida de cada país.


Fonte: O DIA, 27/02/08.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Isenção ?

Ainda no episódio da patética dramaturgia Botafoguense: parabéns a Paulo Vinícius Coelho e José Trajano pela posição. Não vou detalhar o pensamento deles, mas sintetizo que todos concordam que as críticas foram infundadas e, no mínimo, insanas! Típico de amadores passionais, psicóticos.

Retomo os meus comentários da postagem de 07 de julho de 2007 e acrescento: até que ponto a crônica esportiva é também responsável pela propagação deste tipo de incidente? Quantas vezes se louva o lado "folclórico" do futebol? Isto ajuda na profissionalização? Quanto espaço é aberto (e afinal por que se dá espaço) para se discutir este tipo de assunto em programas esportivos? Falta coisa melhor?

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Chega de Choro!

A cobertura do canal ESPN apresentou uma cena, infelizmente, comum da história do futebol: as lamentações do Botafogo com relação à arbitragem.

Parabenizo os jornalistas Fernando Calazans, Márcio Guedes e Juca Kfouri pelos comentários. Realmente, foi "rídicula" e "patética" as lágrimas do demissionário - e "inocente" - Bebeto de Freitas... Que lance a primeira pedra um só time que não tenha sido beneficiado por árbitros! Mas, ao que parece, o Botafogo é a "maior vítima de todos os tempos"! Que coisa, não?

Se fosse árbitro, não assinalaria o penalty que gerou o gol de empate do Flamengo. Porém, como todos concordam, o chamado "festival do agarra-agarra" longe estar de ser lícito. A questão é que - dizem os derrotados - passou a ser uma característica do futebol moderno...

Será que o Botafogo lembra de algum jogo decisivo que, "por acaso", foi ajudado por um árbitro? O que aconteceu, então na Taça Guanabara de 2006 contra o América? E na semifinal da tal Copa do Brasil de 2007 contra o Atlético MG? Ou contra o Santos no Brasileiro de 1995? E que tal contra o próprio Flamengo, quando o Botafogo PRECISAVA sair da fila de espera da conquista de um título? Que coisa, não Bebeto?

Indignidade é não saber reconhecer a derrota e jamais perceber suas próprias fraquezas. Vitimizar-se é muito condizente com o comportamento dos perdedores. Que a imprensa dê mais espaço aos merecedores do título, e não entre no jogo de se expor "injustiçados", sem um mínimo de controle emocional. Chega de choro!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Time de empresários

É cada vez mais comum se encontrar grupos financeiros mantendo equipes de esportes. O que chama a atenção no caso do futebol é que empresários estão se associando para dirigir equipes com o propósito de, unicamente, realizar o lucro com a venda de jogadores. Não é fato novo, pois grandes clubes do RJ, MG e SP também adotam uma estrutura (velada) de participação dos empresários no cotidiano de compra, venda e ... escalação de jogadores.
Considere o episódio de Romário no Campeonato Carioca em disputa. Recusou-se a aceitar a escalação de um jogador e sentiu que era momento de repensar a continuidade do trabalho como técnico.
No Flamengo, Diego - um dos profissionais mais injustiçados do futebol Brasileiro - amarga a reserva de um bom goleiro, Bruno. A diferença de um para o outro não está no nível técnico ou na experiência - como alardeam os dirigentes -, mas na representação por parte de empresários. Indiscutivelmente, Bruno tem ampla vantagem em termos de lobby, para tristeza dos que admiram a serenidade, a lealdade e o amor que Diego tem as cores rubro-negras.