quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tempos Inglórios

A relação do poder público com o esporte é milenar, sendo difícil de pontuar no tempo um marco. Não o foi diferente no contexto tupiniquim para a próxima Copa do Mundo de Futebol. 

Um famoso político colocou a paixão clubística a frente dos interesses nacionais e durante o jantar com uma empreiteiro transnacional convenceu-o a participar da construção de um estádio de futebol. Os presentes disseram que a obra era de alto custo e risco do ponto de vista operacional, mas foram tranquilizados com a promessa de ganhos que compensariam as perdas. 

Precavidos, os executivos com vasta experiência e ambiência em situações assemelhadas propuseram a criação de uma empresa para gerenciar as operações do equipamento quando este fosse concluído. Assim, restringiriam-se as perdas a uma única empresa do grupo e poderiam se desfazer dela tão logo despontasse algum parceiro, possibilidade remota, mas mantida no planejamento, como se recomenda a prática gerencial. 

Em paralelo, além dos acordos infrutíferos para viabilizar comercialmente o espaço esportivo, foram estabelecidos alianças políticas inusitadas, para dizer o mínimo. Como se trata de tempo de "apocalipse", lobos e cordeiros selaram pacto de amizade e mais chifres apareceram na cabeça do dragão... . Como dizem os estudiosos na ancestralidade mística, nenhum ciclo é eterno e não há mal que dure para sempre. Esperemos a roda da fortuna girar e saber quem conseguirá manter-se altivo sem sujar as mãos.