quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Crise e oportunidade

"A imensa crise que o Flamengo vive há séculos vai levar o time a derrocada...". Veículos de comunicação têm utilizado este bordão. É verdadeiro ou se trata de mais uma chamada para vender notícia? 

Ontem contra o "perigosíssimo" time do Real Potosí, o Flamengo jogaria "a partida do ano". A cada ataque (??) do Potosí narradores citavam os principais jogadores "os salários do Flamengo estão atrasados, e lá vem bola na área ...". Ainda com as justas reclamações trabalhistas de jogadores do rubro-negro carioca, o Potosí, de fato, entrou desfalcado: a altitude de 4000 metros da Bolívia. A ansiedade dos Brasileiros em golear chegou a entrar em campo, mas foi personagem secundário.

Para felicidade de quem gosta de futebol, o melhor jogador em campo, "o nome do jogo", foi Léo Moura. Desde o primeiro jogo, destacou-se com eficiência na armação e finalização, que não é seu forte.  A vibração é merecida de um jogador que não nasceu no Clube, mas é de alma rubro-negra, como gosta a maior torcida do mundo.

Detalhe importante sobre o jogo, é que, por volta dos 30 minutos do segundo tempo, quando um treinador de características defensivistas, ou seja, o "retranqueiro", tenderia a sacar do time Deivid - um dos querelantes - por um volante, como Maldonado, que é pessoa de confiança do técnico. Não foi o que Luxemburgo fez. Colocou em campo jogadores da base - Camacho e Muralha -, substituindo o questionado Renato e Bottinelli, este ainda "candidato" a xodó, mas sem justificar. 

Para quem não soube ler o recado nas entrelinhas, o melhor treinador do Brasil disse indiretamente: "eu tenho projeto de longo prazo. O time de 1992 tinha jogadores que eu treinei em 1991. O de 1996, campeão Carioca, contava com os jovens da base do ano anterior." Curiosamente, em um dos períodos o substituto foi Joel Santana, o anunciado pela imprensa - a cada 5 segundos - durante o jogo, o "novo treinador" do time da Gávea.

Poder-se-ia dizer que o treinador estava dando resposta ao simulacro do nascido nos pampas, que pareceria jogar futebol, com as firulas e motivando os colegas. Verdade que ele marcou um gol e fez três bons passes, sendo um deles a assistência. Entretanto, havia duas partidas sendo disputadas: a contra o Potosí e contra o treinador "decadente".

Deivid saiu, minutos depois, para a entrada de Negueba, que mostrou entusiasmo e boa movimentação. Ao sair de campo, vaias misturadas com aplauso. Como profissional, tenderia a fazer o mesmo, especialmente, depois de ouvir de um dirigente do Clube que ele deveria cobrar a dívida de Zico que foi o responsável pela contratação do atacante! A este comentário, diretoria, não há como rebater.

A verdadeira e "terrível crise que se arrasta por milênios na Gávea" é esta. Pode ser finalizada rapidamente, mesmo com todo o catastrofismo. Aliás, este é resultado da turbulência, não sua causa, que corresponde à falta de ética, o interesse de utilizar o Clube para propósitos eleitoreiros.

Vacinados contra o infrutífero desejos dos adversários, o Flamengo - enquanto movimento, não como instituição - adota a máxima Chinesa de perceber as crises como oportunidade de transformação. Os agentes são os torcedores e devem agir contra os semeadores, intermediários e propagadores do caos.

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A pré-libertadores de 2012 enalteceu ainda mais o Tolima, o carrasco dos bastardos inglórios e pederastas obesos: somente uma agremiação Brasileira foi eliminada antes da fase de grupos.

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Léo Moura é merecedor de ser incluído na galeria de ídolos do Flamengo de todos os tempos.