A expressão foi cunhada para referendar o efeito da derrota da seleção de futebol para o esquete Uruguaio na Copa de 1950. Passados 57 anos, todavia, é merecedora de outra conotação.
Como vimos no post anterior - confirmado em outros termos pela BBC (http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/07/070714_pantimes_is.shtml) - a nobreza do espírito Olímpico passa ao largo da organização do Pan. Todavia, digno de menção é o posicionamento do público com relação aos políticos. Em raras oportunidades, a verdadeira voz do povo se fez ouvir sem interlocutores, silenciando momentaneamente os arautos do ufanismo nacionalista.
Vaias igualmente, pois, à comitiva dos EUA, o pretenso oásis de liberdade, democracia e igualdade. Palmas para os adversários Argentinos, cuja rivalidade com o Brasil circunscreve-se à arena esportiva, e que muito nos tem a ensinar no campo da cidadania, assim como os Chilenos.
O épico confronto entre os maus representantes do povo e a classe média - esgotada com o financiamento de programas assistencialista e exasperada com a deterioração da vida em sociedade - foi, indiscutivelmente, o cume do Evento.
Pirotecnias e pesquisas de opinião sobre popularidade dos governantes a parte, chega de obras superfaturadas e faraônicas.
As urnas são um simulacro da democracia? Pelo menos, para a classe média presente no Maracanã, sim.