segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Futebol profissionalizado



O torcedor profissional é uma subespécie da raça humana que se alimenta de sangue coletado na violência contra qualquer um que estiver no seu raio de ação. Mantém-se com o apoio de dirigentes de agremiações esportivas, sob o patrocínio permissivo para a concessão de credenciais e bilhetes de acesso aos estádios. Enganam-se os que acreditam ser este o seu habitat. O seu lugar verdadeiro é a carceragem, especialmente, nos países que primam pelo rigor na aplicação das leis.

A espécie prolifera no Brasil. A demagógica política de “pão e circo” associada à impunidade e ao desejo da cartolagem de acobertar a latente incompetência, gerou hordas de bandidos organizados para roubar, bater e matar.

Como um roteiro de terror sem fim, um dos vetores responsáveis pela morte do futebol-arte, os “marginais das arquibancadas” conquistaram longitudinalmente seu espaço, com a anuência dos governantes e das entidades desportivas.

Imprensa profissional

O cronista sujeita-se a erros, paixões, deslizes, não é novidade, embora existam mitigações. A forma pausada ao comentar e o tom de voz comedido são elementos que distinguem os “sensatos-imparciais” dos “passionais-amadores”, é o que vaticinam alguns profissionais da mídia.

Ao se reunir dois ou mais cronistas nem sempre se tem uma resenha esportiva norteada pelo indiscutível direito de livre-expressão, mas pode se abrir espaço para se estudar outros ramos da ciência jurídica. O episódio do jornalista-torcedor de um time de SP contra os torcedores de um time dos pampas frisa (para quem não gosta ou não teve a oportunidade de estudar) um princípio fundamental da ciência: não existe neutralidade! 

A imprensa marrom, tal qual o ambiente que a acolhe, segue as tendências do “profissionalismo esportivo”. Lamentavelmente, a chamada “mídia alternativa” também não se apresenta dignamente. Resvala em atender à urbanidade, optando pelo ativismo espetacularista, panfletário, insidioso e incapaz de construir propostas através do diálogo. Vale-se do palanque dos imbecis - as redes sociais -, para covardemente retroalimentar-se de brutalidade sem mostrar a cara.

Torcedores, cronistas, empresários, fornecedores, políticos, jogadores de futebol (pretensos atletas), dirigentes e entidades esportivas são parte de um todo, mas – como diriam os filósofos –, isoladamente, são maiores que o próprio balaio... A este conjunto, com tendência futura a ampliar os efeitos, chama-se de futebol profissionalizado.