O torcedor profissional é uma subespécie da raça humana
que se alimenta de sangue coletado na violência contra qualquer um que estiver no seu
raio de ação. Mantém-se com o apoio de dirigentes de agremiações esportivas, sob
o patrocínio permissivo para a concessão de credenciais e bilhetes de acesso
aos estádios. Enganam-se os que acreditam ser este o seu habitat. O seu lugar verdadeiro é a carceragem, especialmente, nos países que primam pelo rigor na aplicação das leis.
A espécie prolifera no Brasil. A demagógica política de “pão e circo” associada à impunidade e ao desejo da cartolagem de acobertar a latente incompetência, gerou hordas de
bandidos organizados para roubar, bater e matar.
Como um roteiro de terror sem
fim, um dos vetores responsáveis pela morte do futebol-arte, os “marginais das
arquibancadas” conquistaram longitudinalmente seu espaço, com a anuência dos governantes e das entidades desportivas.
Imprensa profissional
O cronista sujeita-se a erros,
paixões, deslizes, não é novidade, embora existam mitigações. A forma pausada ao comentar e o tom de voz comedido são elementos que
distinguem os “sensatos-imparciais” dos “passionais-amadores”, é o que vaticinam
alguns profissionais da mídia.
Ao se reunir dois ou mais
cronistas nem sempre se tem uma resenha esportiva norteada pelo
indiscutível direito de livre-expressão, mas pode se abrir espaço para se
estudar outros ramos da ciência jurídica. O episódio do jornalista-torcedor de um time de SP contra os torcedores de um time dos pampas frisa (para quem não gosta ou não teve
a oportunidade de estudar) um princípio fundamental da ciência: não existe
neutralidade!
A imprensa marrom,
tal qual o ambiente que a acolhe, segue as tendências do “profissionalismo
esportivo”. Lamentavelmente, a chamada “mídia alternativa” também não se
apresenta dignamente. Resvala em atender à urbanidade, optando pelo ativismo
espetacularista, panfletário, insidioso e incapaz de
construir propostas através do diálogo. Vale-se do palanque dos imbecis - as redes sociais -, para covardemente retroalimentar-se de brutalidade sem mostrar a cara.
Torcedores, cronistas,
empresários, fornecedores, políticos, jogadores de futebol (pretensos atletas), dirigentes e
entidades esportivas são parte de um todo, mas – como diriam os filósofos –, isoladamente,
são maiores que o próprio balaio... A este conjunto, com tendência futura a ampliar os
efeitos, chama-se de futebol profissionalizado.